O que investigações empresariais e criminais têm em comum?
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    O que investigações empresariais e criminais têm em comum?

    Publicado em: 4 de junho de 2019

    Casos específicos sobre detalhes investigativos são alvos de estudo e de grandes reportagens.

    Crimes cruéis e de difícil investigação são analisados criteriosamente pela justiça. Na maioria dos casos, as informações chegam por meio de informantes, análise das câmeras de segurança, radares inteligentes que mostram o passo a passo de algum veículo utilizado no crime e dados digitais coletados nos celulares de supostos criminosos. Porém, os caminhos percorridos em uma investigação criminal são muito semelhantes aos realizados em investigações empresariais.

    Em casos recentes, informações coletadas de informantes direcionam as investigações. Assim como nas averiguações realizadas pelo poder público, os relatos de informações são importantes nas investigações corporativas. Segundo a Report to the Nations, da ACFE de 2018, denúncias identificam 40% das fraudes corporativas. Ou seja, é necessária averiguação e cuidado em casos criminais e empresariais.

    Como conduzir investigações empresariais?

    Em diversos casos conduzidos pela Protiviti, os relatos recebidos contribuíram para o sucesso da investigação. Por exemplo, um colaborador denunciou, de forma anônima, dois gestores que contrataram uma empresa de tecnologia, pelo período de dois anos no valor de R$ 4 milhões. As informações apontavam que os gestores eram os verdadeiros donos da empresa, embora não estivessem no contrato social. Além disso, o informante apresentou dados concretos como datas, locais do real funcionamento da empresa e outras informações. Tudo isso foi fundamental para a comprovação dos relatos.

    As análises das câmeras de segurança são muitas vezes peças-chave no entendimento da movimentação dos colaboradores e de outras pessoas de interesse dentro da companhia. É comum, no entanto, utilizar análise de imagens para identificar acessos indevidos, veículos utilizados em desvios e até mesmo uso e tráfico de entorpecentes dentro das empresas.

    Nos casos recentes, amplamente divulgadas pela mídia, diversas informações foram coletadas pelos celulares utilizados pelos envolvidos em esquemas e crimes.

    A importância da tecnologia nas investigações empresariais

    A utilização dos smartphones no cotidiano das pessoas e a criação de novos aplicativos e recursos que permitem maior armazenamento de dados e informações nos dispositivos e em nuvem, fazem com que a importância da análise de dados eletrônicos aumente nas investigações.

    Em investigações empresariais, quando aparelhos são de propriedade da companhia, a análise de dados armazenados no dispositivo e informações sincronizadas em servidor da empresa é amplamente utilizada. Com isso, resultados positivos são observados na averiguação de diversos casos.

    No contexto atual, é difícil imaginar que um fraudador utilize ferramentas corporativas para cometer irregularidades e deixar rastros de suas ações. No entanto, ao contrário do que ocorre com as informações que as pessoas enviam, elas não controlam as informações que recebem. Além disso, as ferramentas forenses, que permitem a recuperação de dados apagados e histórico de navegação na internet, trazem informações que os fraudadores acreditam que foram excluídas permanentemente.   

    Ferramentas e mecanismos de investigações

    Embora o poder de polícia atribuído ao ente público permita atuação mais ampla nas investigações policiais, as ferramentas e os mecanismos de investigações utilizados para desvendar os mais diversos crimes são também utilizados em investigações corporativas. Isso possibilita a identificação de fraudes e riscos e, consequentemente, a redução de perdas com desvios e ações de má-fé.         

    *Daniela Aggio é Diretora de Forense e Investigação Empresarial na Protiviti Brasil. Advogada formada pelo Mackenzie, pós-graduada em gestão de riscos e fraudes corporativas pela FIA/USP e pós-graduanda em gestão empresarial na FGV. Professora de técnicas de entrevistas investigativas na pós-graduação de compliance e gestão de riscos da FIA/USP. Possui 15 anos de experiência em gestão de casos de fraudes corporativas.

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